Fotografar
nunca foi tão fácil. Desde que os celulares se tornaram quase que uma extensão
dos nossos braços, a produção de imagens só faz crescer. Paradoxalmente,
contemplá-las, saber onde encontrá-las, vem sendo cada vez mais difícil. Depois
do imediatismo do compartilhamento nas redes sociais, ou através de aplicativos
de mensagens, as fotografias se amontoam em espaços virtuais ou, dependendo da
memória dos aparelhos, são apagadas para que novas possam ser armazenadas,
fazendo que parte importante da história de cada indivíduo também se esvaia.
Para
ajudar as pessoas a refletirem sobre estas questões, preservarem seus acervos e
guardá-los adequadamente, o IMS vai realizar o fórum "A imagem digital no
contexto pessoal". Serão nove encontros abertos ao público, sempre às
terças-feiras, das 17h30 às 19h, com a participação de profissionais do
instituto e de convidados. O primeiro, no dia 19, e o último, no dia 14 de
julho, terão duração um pouco maior, de duas horas. Não é necessária inscrição
prévia, basta acessar a página do IMS no Facebook e participar, inclusive
enviando perguntas.
"As
caixas de sapato digitais não são mais as caixas de sapato analógicas",
compara o coordenador de Fotografia do IMS e idealizador do fórum, Sergio
Burgi, remetendo ao antigo hábito de acondicionamento de fotografias. Ele chama
a atenção para o risco de se perder acesso aos conteúdos produzidos. "A
importância desse material vai acontecendo ao longo do tempo, e hoje temos
ferramentas, estratégias, que a própria indústria digital vai colocando à
disposição", observa.
A
discussão e uso dessas ferramentas será tema de um dos encontros virtuais.
Outros tratarão de questões como a seleção e edição de fotos, como indexá-las e
descrevê-las de modo que no futuro possam ser facilmente encontradas, como, e
com quem, compartilhar esses arquivos e de que forma os preservar. Um dos
painéis versará sobre a produção de produtos analógicos, como fotografias
impressas e livros, a partir de imagens originalmente digitais.
"Sem
dúvida, o registro fotográfico e em vídeo tem uma dimensão que é a de afetar
nosso círculo restrito. As memórias afetivas afirmam a nossa existência, a
existência dos outros, e, com isso, atuam na construção da memória coletiva.
Por isso é importante preservá-las” diz Burgi. Veja aqui a programação completa
do fórum.